A celebração da Exaltação da Santa Cruz em Jerusalém

Lurdinha Nunes - Jerusalém

É diante da Cruz de Jesus que se estabelece a comunicação entre o céu e a terra. A comunidade franciscana de Jerusalém, junto com a comunidade dos  cristãos locais, celebrou a solenidade da Exaltação da Santa Cruz  neste dia 14 de setembro na Capela do Calvário, ou seja, no lugar onde Jesus foi crucificado.

MONS. VINCENZO PERONI - Custódia da Terra Santa

A Igreja não exalta a cruz como instrumento de sofrimento, morte e injusta condenação, mas exalta a SANTA CRUZ, ou seja, a Cruz de Jesus, que se tornou instrumento de vida! São Paulo ensina-nos que não podemos orgulhar-nos de outra senão da Cruz de Jesus, porque foi precisamente através do seu sacrifício voluntário na Cruz que Jesus nos libertou da escravidão do pecado e da morte. 

Ao oferecer a sua vida na Cruz, Jesus revelou-nos a plenitude do Amor do Pai. Ao ficar sob a Cruz, São João aprendeu que Deus é Amor, como nos diz nas suas cartas. Sob a cruz, o centurião compreendeu que Jesus é o Filho de Deus. Cada vez que levantamos o olhar para o Crucifixo, somos convidados a renovar a nossa fé e a nossa alegria de pertencer ao Senhor, afirmando com admiração: “Até que ponto o meu Senhor me amou: deu a sua vida por mim, que sou um pobre pecador!” Só o amor de Jesus é verdadeiramente confiável, e os sinais da paixão permanentes também no seu Corpo ressuscitado, nos são um testemunho eterno.

A liturgia da Igreja relaciona a Cruz de Jesus com a serpente que Moisés levantou

MONS VINCENZO PERONI - Custódia da Terra Santa

Foi o próprio Jesus a relacionar o seu ser exaltado na cruz em referência à antiga serpente que Moisés levantou no deserto para salvar os israelitas. O que curava o povo, que havia se esquecido de Deus e de sua fidelidade, não era aquela peça de bronze, mas a obediência ao mandamento do Senhor. A serpente foi levantada sobre uma aste: para olhar para ela, era preciso olhar para o céu, para Deus, lembrando que somente Dele vem a vida e a salvação!

Como é urgente também para nós, que atravessamos as tramas da história, muitas vezes marcadas pelo cansaço e pela dor, lembrar que a nossa única esperança vem da salvação que o Senhor nos obteve na Cruz. Celebrar a Santa Cruz é fazer memória da fidelidade e do amor do Senhor: só uma fé rica das memória das grandes obras que o Senhor fez por nós, nos livra das seduções do pecado e da presunção de bastar-nos a nós mesmos. A liturgia da Igreja torna presentes e vivos os acontecimentos da nossa salvação: os Sacramentos da Igreja são os instrumentos eficazes através dos quais a Graça de Deus nos alcança e nos salva.

A comunidade franciscana de Jerusalém, juntamente com os cristãos locais, celebrou a solenidade da Exaltação da Santa Cruz  neste dia 14 de setembro na Capela do Calvário, ou seja, no lugar onde Jesus foi crucificado.

Presidiu a celebração Fr. Dobromir Jasztal, Vigário da Custódia da Terra Santa, que na homilia sublinhou que “É aqui, diante da Cruz de Jesus, que se estabelece a comunicação entre o céu e a terra, entre Deus que salva e o homem necessitado de salvação”

Reconhecê-lo como Rei significa antes de tudo reconhecê-lo como Aquele que nos indica o caminho, significa aceitar a Sua Palavra dia após dia como critério válido e único para a nossa vida.

Após a celebração da Eucaristia todos seguiram  em procissão, passando ao lado da Edícula do Santo Sepulcro para chegar ao altar dedicado ao encontro de Maria Madalena com Jesus Ressuscitado onde a relíquia da Cruz pode ser venerada pelos fiéis.

Frei Dobromir cita tres aspectos importantes desta celebracao

FR.DOBROMIR JASZTL -Vigário da Custódia da Terra Santa

O primeiro é o crucificado que acolhe a todos de braços abertos, estende os braços sobre todos e depois no silêncio da cruz. Jesus fala pouco na cruz, mas fala a todos. Ele fala a quem tem a coragem de segui-lo e, por isso, garante-lhes a força que emana do mistério da cruz. Ele fala aos que estão fracos, aos que ainda têm dificuldades ou aos que ainda não têm coragem de seguir Jesus.  Ele também fala àqueles que estão se preparando para voltar à casa do Pai. Jesus os acompanha com seu amor e com a esperança de que depois do sofrimento venha a ressurreição e, portanto, um lugar junto ao Pai.

Fr. Dobromir também assegurou o compromisso de oração da comunidade franciscana nos lugares santos.

FR.DOBROMIR JASZTAL - Vigário da Custódia da Terra Santa

Dia após dia, é necessário tirar do mistério da cruz a força que pode acompanhar cada um, mas sobretudo quem sofre. Neste momento, o mundo está esmagado pelo sofrimento por causa da pandemia, pelo sofrimento e solidão. Aqui está o amor de Deus que através da cruz de Cristo pode nos dar a força para superar esses momentos difíceis, para seguirmos com esperança e no futuro sentir a alegria da cura e da transformação.

 
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